segunda-feira, 26 de outubro de 2009

a manta do telhado



E no silêncio da noite subo ao telhado e confesso às estrelas
o significado de cada palpitar acelerado do meu coração;
de cada lágrima escorrida.

Não quero mais flutuar neste mar de nostalgia,
mesmo que sinta que a areia ainda precisa
das minhas mãos a tocar-lhe,
pois cada pedaço de areal é a causa de todos esses grãos
estarem húmidos com as gotas caídas dos meus olhos.

domingo, 25 de outubro de 2009




Despertei de um sonho mau, em que acordei a espreguiçar:
- Talvez um dia seja tarde demais para ti...
Quero perder-me no preto e branco de Paris.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

tenho saudades dos dias em que dizias que eu tinha uns caracóis bonitos, mas não tanto quanto eu....

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

o que os olhos embaciados avistaram



Avisto ao longe algo redondo da cor vermelha,
limpo as lágrimas que percorrem os meus olhos
e esfrego-os.

Não quero ser um pássaro preso numa gaiola sem cor.
Hoje, preciso que um anjo caido do céu
me leve nas suas asas para bem longe daqui…
Longe do local onde o meu eu se fragmenta.


terça-feira, 20 de outubro de 2009

pensamentos de alguém #3


This beautiful city seems empty
All the people in the world, that you can feel still lonely
Waht's the point having all without the person you love
Sometimes you just need to start again in order to fly

Alicia

domingo, 18 de outubro de 2009

borrifadas coloridas



Não sei onde moro, nem quem sou.
Acordo com a sensação de que ainda nem cheguei a dormir e que estou sempre no sítio errado. Paragem onde não existe nada, mas o pouco que existe basta para destruir tudo aquilo que ainda vou conseguindo construir.
Às vezes, visto aquela t-shirt velha e salpico a parede cheia de tintas coloridas, para poder sorrir com elas. Elas gostam de sentir o impacto e escorrerem pelas paredes do meu quarto.
Depois de já ter finalizado a minha tela, empoleiro-me no parapeito da janela. Deixo a brisa bater no meu rosto e o meu corpo acaba por ir com a melancolia do cessar da tarde.
Cansei-me de fugir pela porta, quando me apercebo que as minhas tintas coloridas tornaram-se em padrões de cinza. Desta vez, não se ouve o som da fechadura. Decidi saltar da janela, mesmo que fique com muitos arranhões…

melodia do miocárdio #10


segunda-feira, 12 de outubro de 2009

obscuridade da silhueta



O ruído faz-se sentir numa ampla sala e a minha cabeça sente-se aconchegada com toda a multidão de som. O meu cérebro é o reflexo de uma montanha-russa que gira, gira e voltar a girar, e, mesmo assim, ele não cambaleia nem por um segundo.
Agora, tu pousaste a tua mão na mesa que está junto a mim e tocaste uma melodia com a ponta delicada dos teus dedos. Mais um som que se faz ecoar, sem que por um milésimo se faça sentir o estupendo silêncio.

Hoje, o meu interior dança a melodia mais rítmica de todas, para não observar os reflexos que o espelho irradia.
Quando o sol se puser, a escuridão irá camuflar os reflexos, e, eu não posso terminar o dia a sentir-me um ser desfalecido...

domingo, 11 de outubro de 2009

pensamentos de alguém #2

Quando o sol encadeia os belos jardins as flores rebentam, mesmo quando na verdade se sentem tristes e distantes.
Aparentam estar felizes num dia em que o mundo é colorido, mas que, na verdade, estão nostálgicas. E elas não deixam de sorrir, nem perdem as cores.

Tu és um girassol, murcho, num dia de sol, mas só eu é que ainda vi isso. Eu e o teu mais profundo ser...


Arrasto-me para um país frio e bem longínquo.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

No meu poema



No meu poema existe a dor calada lá no fundo;
Existe o grito e o eco da mágoa;
A dor que sei, mas não recito
E os sonos inquietos de quem falha.

No meu poema existe o abraço que foi apagado;
Um corpo que respira a saudade
E o cansaço que adormece na cama fria.

No meu poema existe a esperança acessa atrás do muro;
Existe tudo o mais que ainda me escapa;
E um verso em branco à espera do futuro.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

o menino que resplandecia a cor azul



Eu pensava que tínhamos sido únicos e que os teus pedidos iriam ser feitos só para mim. Pensava que quando o fizesses de novo, a outra pessoa, o teu corpo iria balonçar conforme ouvisses as lágrimas a bater no caleiro. Pensava que eras diferente, que eras aquele menino que reluzia a cor azul; a cor do infinito; a cor do meu sorriso...no entanto, hoje reluzes uma outra cor qualquer que ofusca os meus olhos embaciados.
Hoje não quero ver essa tua nova cor...