domingo, 17 de outubro de 2010

a maresia de um minuto

Vou contar uma pequena história. Pequenina como eu. E uma história como aquelas que nos contam no nosso tempo de infância, quando nós ainda mal soletramos o nosso nome.

A melodia do mar ecoava contra as paredes vazias, enquanto uma menina de cabelos compridos estava sentada, de pernas à chinês, num banco em que a sua tonalidade era cores salpicadas. Ela encontrava-se de olhos fechados e o seu rosto era uma incógnita.
Num minuto: o seu rosto transmitia tranquilidade, assemelhando-se a um colibri. Um colibri que sorri cada vez que o vento bate contra o seu rosto; quando voa entre as nuvens e não tem medo de ver os km's que o separa Dele; quando pousa no ombro e é o colibri mais feliz por sentir o toque Dele.
Noutro: o seu rosto enrodilha-se e algumas lágrimas deixam-no húmido. O seu corpo começa a encolher-se tanto que a sua roupa parece que ganhou tecido. Muito tecido. E esse tecido esconde-a, no entanto não por completo devido aos retalhos descosidos da sua roupa.

Em dois minutos diferente a nossa vida torna-se no nosso oceano. Um oceano sereno e um oceano turbulento, tanto que consegue romper a serenidade. Contudo e o mais importante (talvez) é que o oceano possui uma característica: o vaivém, arrastando e levando muitos minutos consigo.
Ainda assim, o que nos é essencial e o que nos consegue encher o coração não se torna estranho ao nosso ser, independentemente do vaivém dos minutos do nosso oceano.

4 comentários:

  1. Tão bonito Borboleta...
    Tão verdadeiro.

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  2. "Conta a lenda, melhor, a tradição que passa de geração em geração, que no tempo em que os animais falavam havia uma terra muito bonita, coberta de denso arvoredo onde, os animais e as coloridas aves viviam em harmonia.

    Um dia, sabe-se lá por que razão, enormes labaredas começaram a devastar o arvoredo, provocando muito fumo e calor, fazendo com que os animais, mesmo os de maiores dimensões, debandassem em fuga.

    No meio de tamanha desgraça um pequeno pássaro de mil cores, um colibri, voava rápido desde um charco das redondezas até á zona onde o fogo destruía rapidamente as árvores e arbustos. Levava no longo bico uma gota de água que deixava cair sobre o fogo. E logo regressava ao charco para ir buscar uma outra gota.

    Os outros animais olhavam-no com um sorriso irónico enquanto abanavam as cabeças.

    _Colibri! Vem cá! O que estás a fazer? Não vês que com essa pequena gota que deitas no fogo nunca o apagarás?

    _Eu, estou a fazer a minha parte..., respondeu o colibri."

    conta a lenda que se cada um fizer um pouco no oceano de mares incertos um dia podemos voltar a estar ... em paz ... num incerto segundo escondido entre nós e olhar de Deus ...

    não deixes de voar hoje porque as asas são de pano e o chão é incerto ao olhar ... faz hoje o caminho porque o que realmente importa é o caminho e não o destino ...

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  3. Anónimo (que para mim não é):
    tu não deixas que eu pare de voar :). nos últimos tempos, desde aquele dia, há algo que me faz respirar. e mesmo, por vezes, o chão incerto não ajudar eu continuo a construir o meu caminho.
    estou a escrever-te e a janela do meu quarto mostra uma linda paisagem de outono. irias gostar *
    muito obrigada :D

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  4. Niniane,
    :) é bom saber que gostas *

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