terça-feira, 8 de junho de 2010

A menina que tem um coração e que apenas nele, cabe só mais um


A balança está desequilibrada, não relativamente, mas por completo.
Nos últimos tempos, procuro sobreviver na medida em que as raízes vão floreando, a verdade é que são poucas as vezes que isso acontece e, eu preciso que isso aconteça um pouquinho mais para amanhã me conseguir levantar. Não levantar o ego, porque esse já foi cobrido com um monte de areia, areia velha. Mas levantar o corpo, que está envelhecido, que, quem sabe, precisa de uma bengala.
Preciso de ensinar ao meu coração que há mais horizontes belos, porque o paraíso que habita nele, talvez não exista já há muito tempo. Talvez se tenha tornado numa magia que só é reconhecida pelos olhos acastanhados dele.
O meu ser aprenderá a tornar-se num colibri forte, como são os heróis das histórias que se contam às crianças princesas.
Num mundo que já foi nosso - e ainda é - o meu coração, continua a palpitar por ti como no primeiro dia em que ele se deixou admirar pelos teus traços. Deixa-me continuar a sobreviver ao teu lado, sem arranhares o meu coração. No dia em que deixares de ver o pulsar dele ao olhares para a minha camisola, não te aproximes, pois não quero que voltes a cativa-lo, para depois te ires embora e deixa-lo no vazio do passado. Um passado que inicia sempre mais cedo para ti.

2 comentários:

  1. Consumiste-me Borboleta. Por momentos parei de respirar...
    Chuva. Por vezes o nosso corpo precisa de ser desnuviado, limpo e depois seco, com a luz do sol maravilhoso que ainda guardas dentro de ti.

    Nem eu sei onde ando. Ando perdida algures dentro de mim, talvez. Mas não parti. Eu fiquei. Fechada dentro de mim, mas fiquei. Alheia às dores e às tristezas que insistem em atracar no coração...
    A maré nunca mais muda e cansa lutar sempre contra ela.

    Um beijo e um abraço daqueles que só tu conheces.

    ***

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  2. Niniane,

    Vou entender essa paragem, como sendo um bom sinal relativamente à mensagem escrita.
    O nosso corpo precisa de ser limpo com panos suaves, delicados e esses são raros. Chega de limparmos o coração com simples panos, agora precisamos de panos de veludo.
    Quando a tempestade insiste em ser uma parte do quotidiano, nós fechamo-nos sempre dentro de nós. MAS, há sempre alguém que continua de olhos observados no nosso corpo nu.
    Cansa, muito. No entanto, nós merecemos sobreviver, por nós próprios.
    Irei sempre conhecer
    **

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